Proibição de plantação de novas áreas de eucalipto: um enorme prejuízo para a economia portuguesa

A Posição da BIOND – Associação das Bioindústrias de Base Florestal sobre a proibição de plantação de novas áreas de eucalipto.

Na esteira da época de incêndios do Verão de 2016, o Governo entendeu iniciar um processo de reforma do sector florestal, do qual a face mais visível é a proibição da plantação de novas áreas de eucalipto.

A proposta parte do princípio de que, proibindo a plantação de eucalipto, se resolvem os problemas dos fogos, se inverte a perda de área e de produtividade que se verifica na floresta portuguesa nas últimas décadas e se resolve o problema das demais espécies.

Esta ideia é errada e preconceituosa.

A fileira industrial baseada no eucalipto tem sabido aproveitar os recursos naturais de que o País dispõe – as condições naturais de Portugal são excelentes para a produção florestal – utilizando uma espécie bem adaptada, e tem-no feito de forma exemplar, responsável e com total respeito pelo ambiente.

A proibição imposta pelo Governo prejudica os Produtores Florestais, provoca perda de competitividade da Indústria da Pasta e Papel e contrai a Economia do País.

 

  • A proibição de plantação de novas áreas de eucalipto reduz as áreas com gestão, promove o abandono e o crescimento de áreas de matos e incultos e aumentará o risco de incêndio (49% da área ardida nos últimos 15 anos são matos ou incultos e 13% são eucalipto).
  • A proibição não resolve o problema das demais espécies
  • Portugal importa cerca de 150-200 milhões de euros por ano de madeira de eucalipto (valor que tenderá a aumentar), riqueza que poderia ser distribuída pelos milhares de produtores e prestadores de serviços florestais a atuar no setor florestal no nosso País.
  • Temos na Indústria de Pasta e Papel Nacional, com base no eucalipto, uma das maiores forças de exportação do País, sendo líder na exportação de bens de elevado valor acrescentado nacional.
  • Limitar a matéria-prima mais importante da indústria papeleira é afectar de forma dramática a sua competitividade e a balança comercial do País.
  • A proibição irá destruir milhares de postos de trabalho nas actividades de silvicultura, grande parte em regiões fortemente deprimidas, em que as alternativas de emprego são muito limitadas.
  • Esta reforma não forma consenso no seio das principais organizações de produtores florestais.

A acrescentar, importa dizer que não existe fundamentação técnico-científica válida para proibir a plantação de eucalipto em Portugal.

É fundamental partilhar esta preocupação e inquietar os decisores para o risco desta medida. Mas também informar quem, por desconhecimento, preconceito ou simples razão política sem fundamento, apoia e reclama a proibição de plantação de novas áreas de eucalipto.

Uma decisão errada pode por em causa o futuro da fileira florestal e dos cerca de 400 mil proprietários e produtores florestais portugueses.

 

A destacar:

> A discriminação negativa da fileira do Eucalipto não resolve os problemas das demais espécies.

> A proibição de plantação de novas áreas de Eucalipto promove o abandono rural e aumentará as áreas de matos e incultos e o risco de incêndio.

> O eucalipto tem sido a espécie que permite aos produtores florestais libertar fundos mais rapidamente, financiando o investimento nas demais espécies e garantindo o seu equilíbrio económico.

> A fileira industrial baseada no Eucalipto é líder nas exportações de bens de elevado valor acrescentado nacional e verá afectada a sua competitividade.

> Os dados dos Inventários Florestais Nacionais indicam que, entre 1995 e 2010, Portugal perdeu 12% da sua área agrícola (-293 mil hectares) e 5% da área florestal (-151 mil hectares) em detrimento do aumento de 11% da área de matos/improdutivos (+302 mil hectares) e de 35% da área humanizada (+110 mil hectares). 

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